Arte de Jeannetti Priolli
Jam Session 10½
Xadrez de estrelas da madrugada
aprender a morrer
Michel de Montaigne
em Os Ensaios
Ser como o rio que deflui
(…)
Se há estrelas, refleti-las
Manuel Bandeira
em “O rio”
tudo ricorrente
Haroldo de Campos
em “Heráclito revisitado”
O Bandeira com quem temos algo
a aprender:
espírito de inquietude inventiva
Bandeira é um desconstelizador:
do deslocamento
repentino –
imprevisibilid-ode
Jogo de sintagmas
desmembrados
e remontados –
MB ressalta a importância do poema tipográfico
Pelo próprio caráter circunstancial
das produções bandeirianas:
desconstelizador de si
Cf. HAROLDO DE CAMPOS, “Bandeira, o desconstelizador”
Retratos fotográficos
[A] O modo de criar de Bandeira
se revela afim àquele que caracteriza
o poeta ‘ingênuo’ de Schiller
Davi Arrigucci Jr.
em Coração partido
No primeiro caso, constitui-se o poeta ingênuo;
no segundo, o poeta sentimental.
Friedrich Schiller,
em Poesia ingênua e sentimental
No entanto, há no pensamento do homem
outros ritmos e outras implicações numéricas
como as que privilegiam o número 3.
Antonio Candido,
em “A passagem do dois ao três”
Não é do realismo
rasteiramente submisso ao documento
Não se trata de intervencionista
que queria
Prepara sua luz
exigindo dela o ambiente necessário
à caracterização
Cf. BANDEIRA, Crônicas inéditas 2.
[B] A “ingenuidade” bandeiriana não é por certo
meramente espontânea ou instintiva (…),
mas é em grande parte produto de uma construção verbal altamente refletida e refinada
Davi Arrigucci Jr.,
em Coração partido
Rafael Fava Belúzio é graduado em Letras pela Universidade Federal de Viçosa, com formação suplementar em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado e doutorado em Letras: Estudos Literários (UFMG). Autor de Opus 10: ensaio desentranhado e organizador de Sou poeta menor, perdoai: Manuel Bandeira pela crítica contemporânea.
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